Vejo que em algumas fotos o bebê é amamentado sentado na coxa da mãe, de frente para ela. Gostaria de saber quais são as vantagens deste tipo de posição (em relação às outras normalmente indicadas), e a partir de que idade ela pode ser utilizada? (Ricardo Fischmann – São Paulo)
É total a importância da postura ereta (cabeça e tronco verticais) do bebê durante a amamentação, pois é esta a posição a ser alcançada ao final do desenvolvimento logopédico.
Nesta posição (ver fotos na seção amamentação), a língua da criança acolhe de forma correta o mamilo materno iniciando o adequado desenvolvimento do reflexo de deglutição e postura espacial da cabeça e mandíbula, que determinarão como os pés alcançarão o chão ao ficar em pé. Esta posição deve ser utilizada desde a primeira mamada do bebê.
Lembramos que o processo de anulação da força de gravidade no sentido de colocar a cabeça no espaço consome os primeiros 12 meses de vida do bebê, e, a rigor, estará concluído ao redor do 21º ano, quando da erupção dos 3ºs molares.
Quais os tipos de problemas de saúde podem ser tratados pela Biocibernética Bucal? (Norberto Cusin –São Paulo)
Em nossa opinião não é totalmente correto nomearmos o “olhar” da Biocibernética para o humano como uma técnica ou linha de conduta terapêutica segundo um padrão, como conhecemos tantas outras técnicas de tratamento. O principal objetivo é o maior resgate possível do programa biológico natural corrompido, partindo da restauração do processo postural e respiratório. A partir daí, a fisiologia começa a se restabelecer de forma gradual e natural.
Em outras palavras, a biologia humana tem o potencial impulso de auto regular-se naturalmente, desde se dêem as condições para isto. O corpo conhece o caminho de volta à saúde, ou de saída da patologia.
Portanto, na configuração social em que vivemos, o caráter preventivo é o que cabe melhor à Biocibernética.
Por quanto tempo deve se estender a amamentação? (Maria Salete M Caprino – Vinhedo)
A amamentação natural deve ser conduzida até o momento em que a criança articular o andar humano com razoável equilíbrio, o que ocorre mais ou menos entre o 10º e 12º mês, com variações perfeitamente aceitáveis. Evidentemente que durante este período sua alimentação não consiste exclusivamente do aleitamento materno; outros alimentos são introduzidos numa adequada seqüência de acordo com o desenvolvimento de habilidades pelo pequeno ser.
De acordo com esta linha de pensamento, é possível obter-se algum êxito nos casos de apinéia do sono? (Alfredo Rossi – Atibaia)
Sim, buscando o reposicionamento da língua na cavidade bucal, com a recuperação de seu espaço funcional, o que promove a desobstrução das vias aéreas superiores, favorecendo a ventilação, reduzindo, senão eliminando, o ronco.
Fiz a leitura sobre respiração e sobre o desenvolvimento bucal que será normal quando da ausência de interferências (uso de chupetas, mamadeiras ou talvez até o dedo). No entanto, já observei em exames de ultra-som o feto chupando o dedo. Esta interferência afetaria de quais maneiras o desenvolvimento físico e psíquico de uma pessoa? ( Cláudio Bonotti Fidelis Pereira – São Paulo)
Sim. É verdade, há registros em que o feto aparece em imagens de ultra-som com o dedo na boca. Vejo com naturalidade este fenômeno. Não consideramos este evento como fator de interferência que possa determinar sozinho qualquer alteração significativa de desenvolvimento na vida de uma criança após nascimento. Entendemos que as práticas impostas às crianças logo após o parto sejam muito mais agressivas e deformantes, sobretudo pela artificialidade de utensílhos e procedimentos (chupetas, mamadeiras,anadadores, chiqueirinhos, etc…).
Outra situação é aquela em que uma criança de poucos meses de vida leva espontaneamente o dedo à boca. Em nossa opinião, isto deve ser interpretado como parte do processo cognitivo em que ela procura conhecimento do próprio corpo, portanto, não deve ser reprimido, até porque, mais a frente, um pouquinho maior, ela fará a mesma coisa com os pés. Se estiver tudo bem, brevemente a criança por si só abandona esta prática.
Nos casos em que observamos crianças maiores, que já andam, falam, etc. e que chupam o dedo ostensivamente, aí sim penso ser preocupante. Via de regra, o indivíduo leva o dedo à boca na busca de sustentação respiratória e postural, e portanto, pode haver complicadores comportamentais na falta de tal sustentação. Não é incomum ouvirmos relatos de pais que observam que a criança tropeça muito quando corre naturalmente, e que quando o faz com o dedo na boca o tropeço não acontece. Poderíamos fazer o mesmo tipo de raciocínio para as situações de falta de concentração ou atenção quando estas são exigidas.